segunda-feira, 15 de julho de 2013

Distúrbio sexual NO HOMEM E MULHER !




39% das mulheres 

e 28% dos homens 

sofrem de 


algum distúrbio sexual

artigo RF246252 d4ce2"As disfunções sexuais são um problema comum a ambos os sexos", alerta Carlos Rabaçal, diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Vila Franca de Xira, adiantando que um inquérito internacional, conduzido em vários países dos cinco continentes, revela que 28% dos homens e 39% das mulheres são afetadas por um qualquer distúrbio do foro sexual. 
Em Portugal, dados do estudo Episex sugerem que as disfunções sexuais, embora com uma prevalência elevada no homem (24%), são muito mais frequentes na mulher (56%).


Segundo Carlos Rabaçal, se se atender às várias entidades que compõem as disfunções sexuais, chega-se à conclusão de que o homem é mais frequentemente afetado por problemas relacionados com a excitação e o orgasmo, enquanto na mulher, além dos problemas relacionadas com a excitação, existem também os que se relacionam com o desejo, o orgasmo e as síndromes dolorosas.

"No homem, as entidades mais comuns são a disfunção erétil e a ejaculação prematura. Na mulher, de uma forma mais equilibrada do que no homem, identificamos os problemas relacionados com o hipodesejo sexual, mas também com a própria excitação sexual, com o orgasmo e a dor", adiantou.

Embora as disfunções sexuais sejam mais comuns na mulher, o orador sublinhou que os estudos têm sido mais aprofundados no homem. Na sua opinião, esta situação resulta do facto de "estarem disponíveis, desde há 10-15 anos, terapêuticas eficazes para o tratamento de alguns destes distúrbios do homem, contrariamente ao que acontece com a mulher".

Adicionalmente, o especialista comentou que a relação entre as disfunções sexuais (em particular, a disfunção erétil) e as doenças cardiovasculares também estão mais bem estabelecidas e estudadas no homem.

"Para compreendermos o que é a disfunção erétil, é necessário entender os mecanismos subjacentes à função sexual normal no homem", concretizou Carlos Rabaçal, acrescentando que, para isso, é necessário ter a noção de que "muitos destes fenómenos com expressão no corpo têm uma base fisiológica e molecular que se encontra bem estudada e que se prende com a biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) nas células musculares lisas dos corpos cavernosos e das artérias do pénis do homem".

Por outro lado, indicou, "subjacente à disfunção erétil, poderá existir disfunção endotelial, entendida como o denominador comum das doenças cardiovasculares e da disfunção erétil. Em comum, estas patologias dependem, ainda, dos mesmos fatores de risco, particularmente os major (diabetes, hipertensão, dislipidemia e tabaco)".

"Com base no moderno entendimento da disfunção erétil e dos estudos que foram conduzidos nos últimos 10-20 anos, sabe-se que, muitas vezes, as disfunções eréteis surgem antes da doença cardiovascular", avançou. Carlos Rabaçal disse haver até uma teoria, designada por "teoria do calibre arterial", muito aceite nos meios especializados, que demonstra que as artérias do pénis (sendo de calibre mais pequeno do que as artérias coronárias ou de outros territórios) sofrem, mais cedo, as mesmas repercussões ateroscleróticas das demais artérias. Logo, esclareceu o especialista, "havendo um envolvimento mais precoce das artérias penianas, num homem com disfunção erétil, consegue-se prever a probabilidade de eventos cardiovasculares".

"No grupo de indivíduos em que é possível fazer o diagnóstico de disfunção erétil, na maior parte dos casos, esta deteção é feita de um modo simples, através da resposta a um inquérito padronizado, também validado em Portugal", afirmou, adiantando que, com a aplicação de apenas cinco perguntas, é possível determinar o diagnóstico de disfunção erétil.

"A partir daqui, temos a noção de que estamos a olhar para um doente que tem uma probabilidade elevada de sofrer um evento coronário no espaço de 3-5 anos e que, por isso, faz sentido considerá-lo de risco e controlar todos os fatores de risco de forma muito rigorosa."

O médico referiu ainda as situações em que o indivíduo já tem doença cardiovascular e que, além disso, tem também disfunção erétil. Sobre esta matéria, o médico lembrou que, "se ambas as patologias têm a mesma base, é fácil entender que um paciente com uma qualquer doença cardiovascular – enfarte ou acidente vascular cerebral, por exemplo – terá uma probabilidade maior de já ter também disfunção erétil". Neste sentido, referiu, "a questão que se coloca é saber quando é que estas situações podem ser tratadas, perante a disponibilidade de fármacos que podem ser utilizados nesta área".

Texto publicado no Jornal de Congresso 3rd Challenges in Cardiology, 5 e 6 de julho 2013


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