terça-feira, 16 de dezembro de 2014

20% das grávidas


sofre de uma perturbação mental

20% das grávidas sofre de uma perturbação mentalA ansiedade e depressão são as doenças psiquiátricas mais frequentes nas mulheres grávidas, afetando 2 em cada 10 futuras mães. 
"Sem acompanhamento e tratamento adequado, as perturbações mentais podem alterar as respostas fisiológicas e comportamentais da mãe, que podem afetar seriamente o bem-estar da mulher, do feto, do bebé e da família", alerta Ana Peixinho, coordenadora da Unidade de Psiquiatria e Psicologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

A suspensão da terapêutica psicofarmacológica antes da conceção e/ou durante  a gravidez precipita descompensações perinatais em 70% das mulheres grávidas com patologia depressiva e em 74% das mulheres com o diagnóstico de doença bipolar.

"As mulheres com patologia psiquiátrica prévia ou que se inicia durante a gravidez devem ser acompanhadas em consulta de Psiquiatria Perinatal e receber um tratamento adequado e eficaz em cada uma das etapas da gestação, parto, puerpério e amamentação", explica a médica Ana Peixinho.

Os principais sintomas de ansiedade perinatal incluem preocupação ou medo constante ou excessivo, inquietação, alterações do sono, irritabilidade, aceleração do pensamento, pensamentos ou imagens intrusivos, dificuldade de concentração, comportamentos compulsivos, crises de pânico com dificuldade em respirar, dor no peito, palpitações ou tonturas.

Para identificar a depressão esteja atenta a sinais como tristeza, perda de interesse ou do prazer nas atividades habituais, alterações não previsíveis no peso ou apetite, alterações do sono (insónia ou hipersónia), fadiga ou perda de energia, sentimentos de desvalorização ou culpa, diminuição da concentração, lentificação ou agitação psicomotora e ideias de morte.

Já neste mês de dezembro, o Hospital Lusíadas Lisboa vai disponibilizar uma consulta de Psiquiatria Perinatal com os objetivos de diagnosticar e tratar das doenças psiquiátricas associadas à maternidade. Pode marcar-se consulta de Psiquiatria Perinatal por iniciativa própria caso esteja a planear engravidar, esteja grávida, a amamentar ou tenha tido um filho há menos de 12 meses e não se sinta bem psicologicamente.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Stress e alimentação, uma relação complicada

Stress e alimentação, uma relação complicada

Stress e alimentação, uma relação complicadaEm momentos de grande tensão ou stress, as pessoas têm tendência para alterar os seus hábitos alimentares. Devido ao ritmo acelerado do dia a dia, há quem possa perder o apetite e as refeições tendem a ser "esquecidas". 

Por outro lado, outros dos comportamentos alimentares típicos em situações de stress é comer em demasia, ou comer alimentos que não são os mais adequados, como doces ou fritos. É fundamental tentar ter, sempre, uma alimentação completa, equilibrada e regrada, para que o seu organismo não sinta falta dos nutrientes de que precisa.

Os alimentos são constituídos por nutrientes, como as proteínas, as vitaminas, os hidratos de carbono, os minerais e os lípidos, nutrientes esses que têm funções específicas e importantes no organismo, de forma a assegurar todas as atividades vitais, pelo que todos devem estar presentes na alimentação diária, em quantidades adequadas.

Para além de nos fornecerem a energia necessária para realizar as atividades do dia a dia, são também essenciais para o crescimento e para a manutenção da saúde em geral. Quando existe um défice entre as necessidades nutricionais do nosso organismo e o consumo dos nutrientes essenciais ao seu bom funcionamento, considera-se que estamos perante uma situação de má nutrição.

Tenha sempre consigo uma peça de fruta ou um iogurte, para não ceder à tentação de comer doces quando tiver fome, já que estes são alimentos ricos em gorduras e pobres em nutrientes.

Existem etapas específicas da vida em que o organismo necessita de uma maior quantidade de nutrientes. Na infância e adolescência, períodos de crescimento, o corpo precisa de nutrientes para se poder desenvolver de uma forma saudável.

Na velhice, é natural assistir-se à redução das necessidades energéticas diárias, verificando-se, também, uma diminuição da capacidade de absorção dos nutrientes, pelo que é necessário reforçar a atenção nesta fase.

Nestas alturas, pode ser útil complementar a sua alimentação com um suplemento alimentar, que lhe vai fornecer os nutrientes em falta.

Boa alimentação e vida saudável
Para conseguir um estilo de vida saudável, é fundamental ter, diariamente, uma alimentação rica, variada e equilibrada. Independentemente da idade, existem cuidados a que deve obedecer, de forma a ter uma nutrição adequada:

> Tome sempre o pequeno-almoço, não salte refeições e faça várias refeições por dia (evite ficar mais de 3 horas sem comer)

> Beba entre 1,5 e 2 litros de água por dia

> Inicie as principais refeições com sopa

> Privilegie o consumo de peixe em detrimento da carne. Em relação à carne, opte pelas carnes brancas (peru, frango e coelho)

> Reduza o consumo de sal. Ao temperar os alimentos, pode utilizar ervas aromáticas como forma de aumentar a intensidade dos sabores

> Consuma 5 porções de fruta e legumes por dia (por exemplo, 3 peças de fruta e 2 porções de hortícolas na sopa ou como acompanhamento do prato principal)

> Diminua a ingestão de alimentos com elevador teor de gordura e açúcar.

Artigo original publicado na Farmácia Saúde outubro 2014

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E NÃO SÓ, CONTRA MULHERES

"Video retirado do Google"


Os esforços feitos para prevenir a violência doméstica ainda são “inadequados” segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) que apela aos governos mundiais e aos doadores a canalizaram mais recursos para o setor, em que uma em cada três mulheres são vítimas.
“Apesar do aumento do foco global à violência perpetrada contra as mulheres e raparigas e os recentes avanços no conhecimento sobre como travar os abusos, os níveis de violência contra as mulheres - incluindo a violência íntima do parceiro, o estupro, a mutilação genital feminina, o tráfico, e os casamentos forçados - permanecem inaceitavelmente elevados, com graves consequências para a saúde física e mental das vítimas”, referiu a OMS.
De acordo com a notícia avançada pela agência Lusa, a ONU referiu, no seu sítio da Internet, um estudo recente publicado na revista “Lancet” que refere que “uma em cada três mulheres foram vítimas de violência física ou sexual e que 7% destas vai passar por uma situação idêntica na sua vida”.
  A OMS estima que, a nível mundial, entre 100 e 140 mil mulheres e raparigas, foram submetidas à excisão feminina, com mais de três milhões de jovens raparigas em risco de serem submetidas a estas práticas anualmente.
“Cerca de 70 milhões de raparigas no globo casaram-se antes dos 18 anos e muitas delas contra a sua vontade”, refere o documento, que apela para a necessidade de se “adotar um plano global para fazer face à crise oculta da violência contra as mulheres”.
A OMS afirma que, mesmo em países onde as leis são progressivas, muitas mulheres continuam a ser discriminadas e a ter dificuldades de acesso aos serviços de saúde e jurídicos.
“A violência é frequentemente vista como um problema de justiça social e criminal, e não como um problema de saúde pública e clínico, mas o sistema de saúde ainda desempenha um papel crucial no tratamento tanto das consequências da violência e na prevenção”, defende a OMS.
A coordenadora de pesquisa contra a violência doméstica da OMS, em Genebra, Claudia Garcia-Moreno, afirmou que “os profissionais de saúde são muitas vezes o primeiro ponto de contacto para mulheres e raparigas vítimas de violência”.
No caso de Portugal, no início deste mês, e por ocasião das III Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de Género, a secretária de Estado da Igualdade, Teresa Morais, afirmou que a comunidade deve despertar para o problema da violência doméstica e denunciar estes casos, que constituem “uma grosseira e grave violação” dos direitos humanos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Começou maior estudo nacional sobre contraceção junto das mulheres





Começou maior estudo nacional 
sobre contraceção 
junto das mulheres I 22-10-2014 

 Já arrancou a recolha de dados para o estudo "Avaliação das práticas contracetivas das mulheres em Portugal", que tem como objetivo analisar os hábitos contracetivos da população feminina do País entre os 15 e os 49 anos. 

 A investigação é da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e da Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC), sendo os resultados divulgados em 2015. Será assim feita uma atualização do último inquérito, realizado em 2005, para além de se ficar a perceber as alterações das mulheres em relação aos métodos de contraceção utilizados, passados 10 anos. 

 Em comunicado, Fernanda Águas, presidente da SPG, avança que "este é um dos documentos mais importantes e mais citados na área da Ginecologia. Os dados de um estudo tão representativo da população feminina são essenciais para perceber o desenvolvimento da relação das mulheres com os métodos contracetivos, de forma a que seja possível a desconstrução de mitos ou alterações de hábitos." 

 No mesmo comunicado, Teresa Bombas, presidente da SPDC, refere que "esta atualização de dados é extremamente importante para os profissionais de saúde poderem acompanhar da melhor forma as mulheres portuguesas, tendo em conta a evolução registada na área da contraceção e assim, encontrar formas cada vez mais adaptadas a este novo contexto". 

 O estudo, que é apoiado pela multinacional farmacêutica húngara Gedeon Richter, vai contar com uma amostra representativa de 4000 mulheres de todas as regiões de Portugal continental e Ilhas. As conclusões serão apresentadas no XIII Congresso Português de Ginecologia, que comemora o 40º aniversário da SPG e se realiza de 4 a 6 de junho, em Espinho.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

5 passos para um estilo de vida saudável


5 passos para um estilo de vida saudável 16-10-2014 

A Ordem dos Nutricionistas não deixou passar o Dia Mundial da Alimentação em branco, demonstrando aos cidadãos como um estilo de vida saudável pode estar a "cinco passos de cada um". Como? Através de um vídeo explicativo. "

As implicações de uma alimentação desequilibrada são dos problemas com maior impacto na saúde pública em Portugal e é importante para os cidadãos estarem cada vez mais alerta para o benefício de terem uma alimentação saudável", explica a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, justificando a iniciativa. 

 O vídeo salienta cinco passos distintos que promovem um estilo de vida saudável. Em primeiro lugar, começa por relembrar da importância de se uma alimentação variada, equilibrada, completa e sustentável. "A Roda dos Alimentos é um instrumento de educação alimentar que todos conhecem e que devemos utilizar como orientador das nossas escolhas alimentares", salienta a Bastonária, explicando ainda que podem ser efetuadas muitas combinações saudáveis a partir dos sete grupos que a compõem, desde que se respeitem as porções adequadas de cada um. 

 O segundo passo remete para a importância da hidratação, salientando a água como a bebida de eleição. O consumo recomendado é de 1,5l por dia, o equivalente a cerca de 8 copos, e a atenção deve ser redobrada em dias de calor, após a prática de exercício física ou no caso das crianças, dos idosos e das grávidas. No momento de abordar o terceiro passo, a Ordem dos Nutricionistas procura consciencializar da importância de evitar o desperdício alimentar e da reutilização dos alimentos, através, por exemplo, de novas receitas. 

Pequenos gestos como aproveitar a parte comestível dos alimentos, cozinhar as quantidades certas ou reutilizar as sobras das receitas podem constituir um contributo significativo para a saúde da população e para a redução da pegada ecológica. O intuito é levar as pessoas a pensar com responsabilidade e consciência na necessidade de zelar pelo futuro das gerações. Em quarto lugar, a Ordem dos Nutricionistas relembra da importância do controlo do peso, sendo importante que seja pouco variável ao longo dos anos. 

Em caso de dúvida, o nutricionista ou o dietista representam a melhor fonte de informação que o cidadão pode procurar para se esclarecer. Finalmente, o quinto passo remete para a importância de combater o sedentarismo, procurando um estilo de vida ativo. 

Pequenos gestos como passear o cão, ir para o trabalho a pé ou optar pelas escadas ao elevador, poderão fazer a diferença. 

 A promoção da alimentação saudável em Portugal é uma dos propósitos da Ordem dos Nutricionistas, sendo esta apontada como uma das estratégias que mais poderá contribuir para o crescimento e competitividade económica do país, não só através da melhoria da saúde dos cidadãos mas também pela promoção do desenvolvimento de outros setores como a agricultura, a produção alimentar, o ambiente, a cultura e qualificação profissional.

Reduzir o risco de cancro através da alimentação



Reduzir o risco de cancro através da alimentação

claudia costa 9265cJá alguma vez parou para refletir sobre o impacto que a alimentação pode ter na prevenção e no desenvolvimento do cancro? O facto de se assinalar, a 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação, torna-se uma excelente oportunidade para nos focarmos nesta questão.

A nossa alimentação influência os nossos níveis de energia, o nosso bem-estar e o nosso desenvolvimento físico. Consequentemente, o que comemos pode, também, ter impacto na prevenção ou no desenvolvimento de doenças, entre as quais o cancro. Apesar da relação entre maus hábitos alimentares e desenvolvimento de cancro não ser imperativa, a verdade é que existe aqui uma afinidade que não nos deve passar ao lado. Mais concretamente, sabemos que cerca de 30% dos casos de cancro estão relacionados com hábitos alimentares desequilibrados.

Uma alimentação diversificada, equilibrada e saudável tem grande importância tanto na prevenção do cancro, como na melhoria do diagnóstico do doente oncológico. O mais relevante é reter que alimentos diferentes podem influenciar o desenvolvimento ou a prevenção do cancro de maneira distinta. Dai que a alimentação deva ser sempre variada e equilibrada, fortalecendo o sistema imunitário com todos os nutrientes que ele precisa.

Não é novidade que devido ao desgaste físico, psíquico e emocional, na rotina diária acabamos por privilegiar, sucessivamente, as comidas fast-food em detrimento de comidas mais saudáveis que, ao contrário do que muitas vezes pensamos, não exigem muito tempo a confeccionar. Sugiro que se foque em linhas orientadoras claras, como:
  • Optar pelas carnes brancas e o peixe;
  • Moderar o consumo de gorduras saturadas e de alimentos ricos em açúcares e sal;
  • Procurar manter-se hidratado, por exemplo desafiando-se a beber no mínimo oito copos de água por dia, evite bebidas gaseificadas e o álcool.
Melhor ainda, é acompanhar estas linhas por mais hábitos saudáveis como a actividade física frequente e não fumar.

Pode, também, procurar incluir, equilibradamente, na sua alimentação a ingestão de antioxidantes. Estes ajudam a prevenir danos tecidulares e celulares, protegendo o organismo de radicais livres (moléculas instáveis que podem ser nocivas para células do corpo) no material genético das células (ADN), que são uma causa comum de alguns tipos de cancro.

Segundo um estudo do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos da América, uma em cada três mortes por cancro são causadas por maus hábitos alimentares, excesso de peso e inactividade física. Dados apontam que existem determinados tipos de cancro que são particularmente influenciados pelas escolhas alimentares, como é o caso do cancro do colo-rectal e da próstata, cuja influência da alimentação é superior a 70%, ou então nos cancros da mama, do endométrio, do pâncreas e da vesícula biliar onde a influencia ronda os 50%.

Para além da alimentação saudável poder ajudar na prevenção de certos tipos de cancro, acontece que após diagnóstico, pode, inclusive, prevenir o desenvolvimento da doença. Uma alimentação saudável e equilibrada pode potenciar a capacidade de resposta do organismo, cooperando para a evolução positiva da doença e para a prevenção do surgimento de complicações, como infecções. Para além disso, os cuidados com a alimentação revelam-se fundamentais para o sucesso do tratamento. Tendo em consideração as mudanças fisiológicas pelas quais o organismo passa, em consequência da doença e dos efeitos secundários do tratamento (cirurgia, quimioterapia ou radioterapia), por vezes os doentes oncológicos perdem o apetite e acusam náuseas - é nesta fase que uma alimentação saudável pode contribuir para desenvolver tolerância aos tratamentos e optimizar a qualidade de vida do doente.

Para 2030 prevê-se que, em Portugal, o cancro seja a causa de morte de mais de 32 mil pessoas. Perante esta previsão, pergunto-lhe, novamente: Já alguma vez parou para refletir sobre o impacto que a alimentação tem na prevenção e desenvolvimento do cancro? Talvez este seja o momento ideal para o fazer. Nós somos um pouco daquilo que fazemos e um pouco daquilo que comemos. Cuide de si! Uma alimentação equilibrada e variada aliada a hábitos de vida saudáveis podem ajudar a prevenir o surgimento de vários tipos de cancro ou, após o diagnóstico, podem melhorar a resposta ao tratamento.
Por Cláudia Costa, porta-voz da União Humanitária dos Doentes com Cancro

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Variação Estratégica de Hidratos Com o Tipo de Corpo!

Variação Estratégica de Hidratos Com o Tipo de Corpo!

Carbohidratos e ciclos

Olá! Hoje venho explicar-te quais as 3 diferentes categorias de corpo e como estes influenciam a facilidade ou dificuldade com que as pessoas perdem ou ganham músculo. Ao não saberes que tipo de nutrição deves ter para o teu tipo de corpo, é meio caminho andado, para não conseguires ter os resultados que procuras.
Com este artigo, vais perceber qual o teu tipo de corpo, e como deves manipular estrategicamente o consumo de hidratos, de forma a que tenhas mais facilidade em perder gordura e ganhar musculo.

O corpo humano classifica-se em três categorias gerais (ou somatotipo):
• Tipo I (Ectomorfos),
• Tipo V (Mesomorfos),
• Tipo O (Endomorfos).

Imagem de tipos de corpo
Agora que já sabes quais os tipos de corpos existentes, e qual o teu tipo, vou então explicar como se deve manipular o consumo de hidratos para cada tipo de corpo, de forma a tornar mais fácil a perda de gordura e os ganhos de massa muscular.
Mas primeiro vou-te explicar a medida caseira que deves usar, para conseguires de forma fácil e intuitiva determinares a quantidade de hidratos que necessitas.

Como medir quantidade de hidratos de forma fácil!
Uma forma de medir a quantidade de hidratos é a partir da nossa própria mão, uma vez que o seu tamanho é proporcional ao resto do corpo. Uma pessoa grande tem mais necesidades calóricas que uma pessoa pequena. Mão grande, corpo grande, logo deve ingerir mais calorias. Mão pequena, corpo pequeno, logo deve ingerir poucas calorias.
A quantidade de hidratos a consumir será o correspondente a uma ou várias conchas formadas com a mão (a quantidade depende do sexo, tipo de corpo e objetivo)
Dose caseira de Hidratos

Esta é uma forma fácil e intuitiva de calculares a quantidade de hidratos que necessitas. O tipo de hidratos pode ser fruta (como está representado na foto) ou farinaceos (arroz basmati, arroz integral, aveia, etc..)

Nutrição para Ectomorfos
Individuos com tipo de corpo ectomorfo, têm uma estrutura idêntica à Ietra “I”, ou seja, são esguios e têm estruturas ósseas mais finas. Um exemplo de corpo ectomorfo são os maratonistas.
maratonista
Os Ectomorfos têm características-chave que afetam a forma como respondem aos alimentos que ingerem.
  • Estes têm um metabolismo mais rápido, devido a uma maior sensibilidade às catecolaminas como a adrenalina e noradrenalina.
  • Têm mais energia durante o dia.
  • Toleram bem os hidratos de carbono devido ao facto de terem maior  sensibilidade à insulina.
Uma pessoa com este tipo de corpo deve ingerir mais quantidade de hidratos, quantidade de proteína moderada e baixa quantidade de gordura saudável. 1
Em termos de percentagens de macronutrientes, uma pessoa ectomorfa, poderá consumir cerca de 55 a 60% de hidratos, 25% de proteína e 15 a 20% de gordura.
Não te preocupes com as percentagens. Só precisas de saber que se pertences a esta categoria, então podes e deves consumir mais hidratos (principalmente se queres manter ou ganhar peso), a quantidade de proteína deve ser moderada assim como a quantidade de gordura.
Dose caseira de hidratos para Homens: 3 conchas
Dose caseira de hidratos para Mulheres: 2 conchas

Nutrição para Mesomorfos
Indivíduos com este tipo de corpo, têm uma estrutura idêntica à Ietra V, ou seja têm uma estrutura óssea de volume médio, um corpo atlético e têm uma boa quantidade de massa muscular. Muitos atletas de desportos de explosão como lutadores, ginastas e sprinters enquadram–se nestes critérios.
Sprinter
  • Geralmente têm maior quantidade de testosterona e hormona de crescimento.
  • Têm maior facilidade em ganhar massa muscular e em emagrecer.
Pessoas mesomorfas, terão de ter uma dieta mais equilibrada, do género 40% de hidratos de carbono, 30% de proteína e 30% de gordura. 1 Para te facilitar a vida, apenas precisas de fazer uma mistura mais ou menos equilibrada de todos os três macronutrientes.
Dose caseira de hidratos para Homens: 2 conchas
Dose caseira de hidratos para Mulheres: 1 concha

Nutrição para Endomorfos
Indivíduos com este tipo de corpo, têm uma estrutura idêntica à Ietra “O”
Têm uma maior estrutura óssea com maiores quantidades de massa muscular e massa gorda. Atletas de powerlifting ou lançadores de peso, enquadram-se nesta categoria.
Lançador de Peso
  • Ao contrário dos ectomorfos e endomorfos, estes têm um metabolismo mais baixo.
  • São menos ativos.
  • Têm uma menor sensibilidade à insulina, por isso têm maior tendência a acumular gordura com o consumo excessivo de hidratos e calorias. Isto significa que o excesso de calorias são mais suscetíveis de ser armazenados como gordura.
Uma vez que são menos sensíveis à insulina, então pessoas desta categoria devem ingerir mais gordura (só gordura não saturada como sementes, amêndoas, nozes, etc..), mais proteína e menos hidratos.
A distribuição dos macronutrientes para este tipo de corpo deverá ser cerca de 25% de hidratos, 35% de proteína e 40% de gordura. 1 Para te facilitar, basta apenas pensar que se te enquadras dentro desta categoria, deves consumir mais gorduras, proteína e pequenas quantidades de hidratos de carbono.
Dose caseira de hidratos para Homens: 1 concha
Dose caseira de hidratos para Mulheres: Meia concha

Como variar consumo de HC estrategicamente ao longo do dia!
Ingerir hidratos de carbono ao longo dia poderá  ser algo que um ectomorfo pode fazer sem qualquer problema, mas que um endomorfo não deverá fazer, uma vez que poderá aumentar a acumulação de gordura. Vou então explicar os cuidados que se deve ter em termos de consumo de hidratos ao longo do dia, dependendo da categoria a que pertences. Em baixo irei colocar as doses para homem. As doses para mulher são metade das que estão representadas em baixo.

Ectomorfo
O objectivo de um ectomorfo nunca deve ser o de perder peso, mas sim manter ou eventualmente até mesmo ganhar, por isso, se pertences a esta categoria, podes e deves consumir hidratos durante o dia inteiro, sempre nas doses referidas em cima (3 conchas de mão a todas as refeições). Ao cortares os hidratos muito abaixo das doses recomendadas, poderás perder peso, associado sobre tudo a perda de massa muscular, por isso deves manter o teu consumo de hidratos alto ao longo do dia.

Mesomorfo
Para manutenção ou aumento de peso, um mesomorfo deve consumir sempre as quantidades acima referidas de hidratos (2 conchas de mão) a quase todas as refeições, deve no entanto fazer variar as quantidades dependendo da hora de cada refeição.
Primeira refeição do dia deves ingerir entre 2 a 4 conchas de hidratos dependendo se o objetivo é manter, perder ou ganhar peso. Depois deves manter a dose de 2 conchas ao longo do dia, excepto em determinadas ocasiões, que vou explicar já de seguida.
Nas refeições do jantar e ceia deves diminuir o consumo de hidratos para metade ou até mesmo não consumir nenhum tipo de hidrato, exceto se estas refeições tiverem dentro do intervalo de 4 horas após o treino muscular.
Nas refeições pós treino muscular (até 4 horas após o treino), deves manter a quantidade de 2 conchas de hidratos, ou até mesmo aumentar para 4 a 5, nas refeições mais perto do treino e ir diminuindo à medida que te vais afastando da hora do treino. Isto para te ajudar na recuperação muscular pós treino. Deves manter alto o consumo de hidratos de carbono nos momentos seguintes ao treino, para manteres ou ganhar massa muscular.

Endomorfo
Em termos de composição corporal, o objectivo de um endomorfo é grande parte das vezes, o de perder gordura, por isso vou-te falar da abordagem que deves fazer no consumo de hidratos, para conseguires perder gordura mais facilmente.
Se te enquadras dentro desta categoria, deves ter mais cuidado no consumo de hidratos, uma vez que tens menor sensibilidade à insulina. 4 5
No entanto, não deves nunca deixar de ingerir hidratos, porque estes são importantes para manter os teus níveis hormonais saudáveis e ajudar-te assim a ter mais energia e queimar mais gordura (Vê artigo sobre a leptina que fala sobre isso).
Quanto à medida de hidratos que deves consumir, já vimos anteriormente, 1 concha de mão. Agora o importante é como vamos distribuir esse consumo de hidratos ao longo do dia.

Primeira refeição do dia deves ingerir a tal dose de 1 concha de mão (meia para mulher). Deves fazer acompanhar esta refeição com uma boa quantidade de proteína (20 a 40gr) e vegetais.

No resto das refeições não deves consumir mais nenhuma quantidade de hidratos, exceto nas horas em redor do treino muscular, que já vamos falar a seguir.

Uma hora antes do treino muscular, podes consumir 1 concha de mão, para te ajudar no rendimento muscular. Antes dos treinos cardiovasculares não deves ingerir qualquer quantidade de hidratos, uma vez que isso irá diminuir a quantidade de gordura que irás queimar durante o treino.

Nas 3 a 4 horas após o treino muscular deves aumentar o teu consumo de hidratos, e não deves ter medo em fazê-lo, porque a insulina e a proteina Glut-4 irão fazer com que estes hidratos sejam inteiramente usados pelos teus músculos, desta forma não acumulas gordura, vais criar musculo e vais estimular a produção de leptina que irá aumentar imenso o teu metabolismo, ajudando-te assim a queimar mais gordura. Logo após o treino muscular (até 30 minutos após), podes duplicar, triplicar ou mesmo até quadruplicar a tua dose de hidratos (para compensar as outras refeições que não ingeres e estimular assim a produção de leptina). À medida que te vais afastando da hora de treino vais diminuindo o seu consumo para 1 concha (mulher meia concha). Após 3 a 4 horas de treino não deves ingerir mais hidratos.
A seguir ao treino cardiovascular podes consumir 1 concha de hidratos (meia concha para mulheres), para ajudar na tua recuperação, no entanto não é muito necessário. Isto porque os níveis de Glut-4 pouco sobem a seguir a um treino cardiovascular, por isso a utilização dos hidratos não será tão eficiente. A sua ingestão poderá ser importante apenas para repor os níveis de glicogénio hepático (que são importantes para manter o teu corpo com energia).

Cada Corpo é um Corpo
Tens agora esta grande base para te orientares, mas a verdade é que apesar de este ser um excelente método, também poderá sofrer alterações, consoante as pessoas, uma vez que nem todas reagem de forma igual a programas de treino e nutrição. Uns reagem muito bem e outros mais ou menos. O fundamental é haver um método que funcione e consoante a sua evolução ir fazendo os ajustes necessários. É isso que faço com os meus clientes de coaching. Alguns clientes não começam logo a ter excelentes resultados com a nutrição ou treino que lhes passo, no entanto, ao analisar a sua evolução e o seu feedback, eu vou fazendo os ajustes necessários de forma a coloca-los no caminho certo, e é isso que também deves fazer com este método.
Coloca este método à prova no teu corpo e vai fazendo ajustes consoante a tua evolução.
O teu corpo poderá necessitar de um pouco mais hidrato a seguir ao treino para aumentar de massa muscular, ou diminuir um pouco durante o dia para não acumular gordura. Irás fazer os ajustes necessários consoante a tua evolução.
Gostarias de saber mais sobre nutrição e como combinar a nutrição com o treino. Vê o meu manual de nutrição avançada do programa Abdominal Definido – Toda a verdade.
 Espero que tenhas gostado deste artigo. Agora é colocar em prática e começar a ter excelentes resultados! Faz-me um grande favor, ajuda-me a inspirar mais pessoas, carregando em “Like” e “Share“, OK?  Conto com a tua partilha :)
Abraço e bons treinos!
Empenhado no Teu Sucesso
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terça-feira, 14 de outubro de 2014

SaÚDE HOJE....





Faltam 150 mil embalagens de medicamentos nas farmácias todos os dias

Em média, todos os dias faltam 150 mil embalagens nas farmácias portuguesas, um cenário que se tem agravado nos últimos anos, alerta o Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (Cefar) da Associação Nacional de Farmácias (ANF).
Perante o aumento das queixas, a ANF elaborou há um ano um barómetro diário das falhas, que permite perceber em tempo quase real que medicamentos estão em falta e onde, explicou ao Público a directora-executiva do Cefar. «No acumulado de 12 meses, entre Agosto de 2013 e Julho de 2014, registámos um total de 57 milhões de embalagens em falta, que foram reportadas por 2227 farmácias, o que corresponde a mais de 78% das farmácias existentes em Portugal», adiantou Suzete Costa.
«O problema é ainda mais grave pelo facto de na lista dos medicamentos que mais têm faltado estarem fármacos para doenças crónicas, como a doença pulmonar obstrutiva crónica, diabetes, ou mesmo ansiolíticos e anticoagulantes», sublinha a responsável.
Conta Suzete Costa que as dificuldades são tantas que muitas farmácias já alocaram um funcionário «só para pesquisar onde é que se pode ir buscar os medicamentos e percorrer os grossistas para conseguir o fármaco».
Quanto aos motivos para a situação, a directora do Cefar refere sobretudo «as reduções progressivas de preço dos medicamentos e a alteração drástica do sistema de remuneração» que levam a que as farmácias tenham «dificuldade em manter os níveis de stock»

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PARA QUEM VIVE COM CANCRO....E FAMILIA...E AMIGOS...

 Laço lança 


"Dicas para quem vive com cancro"

laco 96914Em outubro assinala-se o mês de luta contra o cancro da mama e, nesse âmbito, a Associação Laço lança o e-book "Dicas para quem vive com cancro".

Este guia prático aborda temas muito distintos ao longo de mais de 60 páginas: o que fazer quando, no decorrer do processo, tem de lidar com sintomas como a ansiedade, anemia, perda de cabelo, falta de ar, alterações de sono e sintomas que atuam na sexualidade, na menopausa e na fertilidade.

Este é um manual que serve também os amigos e familiares que necessitam de ajuda para saber lidar da melhor forma com estas situações, e para tal, foi criado um capítulo que lhes vai ser muito útil.

O e-book inclui ainda uma lista de questões que podem ser colocadas à equipa que acompanha o doente durante todo o processo. Aborda exercícios de relaxamento ainda, um elemento fundamental que deve estar sempre bem presente.

A alimentação também não ficou esquecida apesar da Associação Laço ter disponível um outro e-book sobre este tema, desenvolvido em parceria com a associação portuguesa dos nutricionistas.

Pode consultar ambos através do site www.laco.pt


DECEÇÃO...COMO AMORTIZÁ-LA



DECEÇÃO....COMO AMORTIZÁ-LA
Investigadores americanos identificaram o mecanismo que controla o processamento da informação sensorial e emotiva que resulta no sentimento de deceção, revela um estudo publicado na revista “Science”.
“A ideia de que algumas pessoas vêem o mundo como um copo meio vazio tem uma base cerebral química. O que descobrimos é um processo que pode amortizar a sensibilidade do cérebro aos acontecimentos negativos da vida”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Roberto Malinow.
Uma vez que se acredita que os indivíduos com depressão processam as experiências negativas mais fortemente que os outros, estes novos achados podem ajudar os investigadores a perceber o que causa a condição e como esta pode ser tratada.
Através de estudos realizados em ratinhos, os investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que os neurónios de uma região cerebral conhecida por habénula lateral (LHB) tanto produzem um neurotransmissor excitatório (glutamato), como um neurotransmissor inibidor (GABBA).
Os investigadores explicam que a ativação neuronal é promovida pelos neurotransmissores excitatórios e suprimida pelos neurotransmissores inibidores. Enquanto o glutamato e o GABBA são relativamente comuns no cérebro, os neurónios tendem a especializar-se na produção de apenas um tipo de neurotransmissores.
“O nosso estudo é o primeiro a demonstrar que a inibição pode coexistir com a excitação numa via cerebral. No nosso caso, esta via parece sinalizar a deceção”, referiu o investigador.
A LHB já tinha sido associada à regulação da resposta à dor, psicose e a vários comportamentos motivacionais. Através de estudos realizados em macacos, foi verificado que esta estrutura está também associada ao sentimento de desapontamento. Os investigadores também já tinham associado a depressão a um aumento da atividade da LHB, mas até à data existiam poucas evidências empíricas para explicar por que motivo os indivíduos saudáveis não sucumbiam a uma sobre-estimulação desta área.
Os investigadores demostraram ainda que os neurónios de ratinhos com características de depressão humana produziam menos GABBA do que glutamato. Contudo, quando lhes era administrado um antidepressivo para aumentar os níveis de serotonina, os níveis de GABBA também aumentavam.
“O nosso estudo sugere que uma das forma de a serotonina aliviar a depressão passa por reequilibrar o processamento cerebral dos eventos negativos da vida através do equilíbrio do GABBA e glutamato na LHB. Agora temos uma explicação neuroquímica para justificar porque os antidepressivos tornam as pessoas mais resilientes às experiências negativas”, conclui o investigador.

LEUCEMIA ....NOVA VIA DE COMBATE!

       

Leucemia: 

identificada nova via de combate


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Leucemia: identificada nova via de combate
Investigadores do Reino Unido encontraram uma nova via para lutar contra a leucemia, dá conta um estudo publicado na revista “Cell Reports”.
As células estaminais da medula óssea produzem biliões de células sanguíneas todos os dias. Este processo é semelhante a uma linha de produção onde os genes atuam como reguladores para controlar cada passo da formação dos elementos do sangue.
A leucemia surge quando o ADN que codifica os genes reguladores é alterado por uma ou várias mutações. Quando ocorre uma mutação num dos genes chave, a linha de produção é afetada e tem consequências drásticas. É neste contexto que ocorrem reações em cadeia, com a função de outros genes reguladores a ser alterada. As novas células não se desenvolvem em células sanguíneas normais e maduras, e as células leucémicas multiplicam-se e começam a disseminar-se pelo organismo.
Os investigadores da Universidade de Birmingham e de Newcastle, no Reino Unido, explicam que a leucemia mieloide aguda é caracterizada pela mutação de um gene que produz um regulador alterado. O estudo demonstrou que este regulador aberrante silencia centenas de genes, muitos deles reguladores.
“Conhecer como estes reguladores alterados funcionam é essencial. Como todas as células têm duas cópias de cada gene, uma da mãe e outra do pai, estas células leucémicas têm um gene alterado e outro sem alterações que poderá dar origem a um regulador normal”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Constanze Bonifer.
De acordo com os investigadores, o que acontece na leucemia é uma batalha pela supremacia entre os dois reguladores, sendo que, na maioria das vezes, ganha o regulador mutado. Isto é agravado pelo facto de o regulador normal afetar genes que habitualmente não eram alterados, com o intuito de compensar a derrota. “O resultado é uma confusão imensa. As células ficam confusas e não são capazes de desenvolverem em células sanguíneas maduras”, referiu a investigadora.
Contudo, os investigadores constataram que a remoção do regulador afetado fazia com que as células readquirissem o seu comportamento normal e a “linha de produção” voltasse ao seu normal.
“Saber que a linha de produção pode voltar ao seu normal, dá-nos alguma esperança. Agora que sabemos como este processo funciona podemos utilizar inibidores para os reguladores mutados. O nosso próximo passo é criar um que funcione”, referiu, um outro autor do estudo, Olaf Heidenreich.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Hemofilia e tratamento !

Centros de referência são cruciais

luis e miguel 57fa2Luís Ramos é pai de dois rapazes. Miguel, o mais velho, tem hemofilia tipo B. Não existia história de hemofilia na família pelo que a doença do pequeno Miguel foi um choque para Luís e Vera, a sua mulher.


Nascido de parto normal, mas com o auxílio de uma ventosa, vinte e quatro horas depois de sair da maternidade, o bebé apresentava um hematoma deveras preocupante. Sem perda de tempo, os pais levaram-no para o Serviço de Urgência de um grande hospital de Lisboa, onde ficou internado cerca de uma semana. "Recebeu transfusões de sangue e uma semana depois teve alta". Apesar do Miguel ter sido sujeito a vários testes, os pais continuaram na dúvida sobre as causas daquele episódio. Com efeito, os testes visavam a hemofilia tipo A e o bebé, como se verificaria meses mais tarde, possuía hemofilia tipo B.


Aos dois anos e meio, o Miguel iniciou a profilaxia, de acordo com indicações da sua médica. Desde então, "faz tratamento uma vez por semana e, até agora, apenas houve duas ou três situações preocupantes", afirma Luís Ramos. "Apesar de termos recebido formação para administrar o tratamento ao Miguel em casa, preferimos continuar a levar o nosso filho ao hospital, onde nos sentimos mais confiantes".


Para Luís Ramos, o sentimento de super-proteção que os pais desenvolvem "é inevitável". O apoio da Associação Portuguesa de Hemofilia e outras Coagulopatias Congénitas (APH) foi extremamente importante "mas o que me ajudou mais a abrir os meus horizontes foi o contacto com os outros pais, em encontros promovidos pela Associação".

Quanto ao Miguel, "há alturas em que se esquece completamente da sua doença. Sabe que não deve jogar à bola mas por vezes acontece e, durante o período escolar, não raras vezes aparece com alguma nódoa negra. De resto, segundo a nossa análise, não se sente inferiorizado em relação às outras crianças, embora seja uma doença que o vai acompanhar o resto da vida".


O facto é que, embora os adultos com hemofilia apresentem diversos problemas e limitações, sobretudo a nível locomotor, Luís Ramos sabe que o seu filho Miguel, devido à profilaxia e à eficácia dos novos medicamentos, irá ter uma qualidade de vida idêntica à de qualquer outra pessoa.


"Temos também muito mais informação do que as gerações anteriores, o que constitui uma mais-valia".

O apoio dos médicos é igualmente importante. Para Luís Ramos "as equipas médicas, de enfermagem e pessoal auxiliar do Hospital Dona Estefânia, são como da nossa família, sempre disponíveis e prontas a ajudarem".


O pai do Miguel chama, no entanto, a atenção para a necessidade de centros de referência. "Há cinco ou seis anos, quando nos encontrávamos a passar uns dias de férias em casa dos meus pais, no Fundão (Beira Baixa), o Miguel começou a queixar-se de um joelho. Fomos de imediato às urgências de pediatria do hospital de referência (Covilhã) mas o meu filho não recebeu o tratamento na dosagem adequada e, ao final do dia, tivemos de regressar a Lisboa".


Para Luís Ramos, "a existência de centros de referência de tratamento da hemofilia seria muito importante porque, desse modo, todos falariam a mesma língua" e, por outro lado, o INEM ou os bombeiros não perderiam tempo em levar estes doentes para o hospital mais próximo em vez de se encaminharem para um centro especializado. Um tempo precioso que, como aponta Luís Ramos, "pode significar salvar ou perder uma vida".


Texto original publicado na revista Hematologia Oncologia, junho 2014