30 a 80% dos homens
com dificuldades
reprodutivas
têm stress oxidativo
- 25-07-2013
Calcula-se que entre 30 a 80% dos homens com dificuldades reprodutivas (frequentemente, classificadas de "etiologia idiopática") apresentam níveis excessivos de stress oxidativo, o qual, por indução de alterações espermáticas, dificulta a fecundação e a correta implantação.
"O excesso de stress oxidativo está associado a um dano proteico, peroxidação lipídica, lesão da membrana e a uma fragmentação do ADN espermático", disse Josep L. Ballescà durante uma mesa-redonda, integrada nas XXX Jornadas Internacionais de Medicina da Reprodução, que decorreram no Luso.
Além de todos estes fatores, Josep L. Ballescà acrescentou que os níveis excessivos de radicais livres de oxigénio, ao atuarem negativamente sobre o potencial da membrana mitocondrial -- definida pelo próprio especialista como "a fábrica de energia dos espermatozoides" --, conduzem a um dano espermático, que "poderá traduzir-se num problema de fertilidade".
O responsável da Unidade da Andrologia Reprodutiva do Hospital Universitário Clínico de Barcelona, convidado a participar nesta sessão, lembrou que o stress oxidativo "deriva de um desequilíbrio fisiológico entre as espécies reativas de oxigénio e a ação dos antioxidantes", produzidos pelo organismo para compensar o aumento de radicais livres.
Quando a presença de antioxidantes no organismo ("moléculas capazes de retardar, prevenir ou evitar o stress oxidativo") é insuficiente para compensar o défice fisiológico, "será necessário recorrer a uma suplementação com antioxidantes exógenos".
Com base no racional de que os antioxidantes poderiam melhorar os parâmetros seminais, foi conduzido um estudo, em Espanha, com um antioxidante desenvolvido especificamente para a infertilidade masculina.
Os resultados finais demonstram que, além da ausência de efeitos adversos indesejáveis, o número de espermatozoides aumentou 29,20% no grupo de tratamento com dose única versus 41,10% no grupo a quem foi administrada uma dose dupla, verificando-se melhorias mais pronunciadas no grupo que prosseguiu o tratamento até aos 6 meses (aumento da contagem espermática de 35,10% em relação ao valor basal) versus 3 meses (aumento de 27,80%).
"Em conclusão, este estudo demonstra um benefício, embora tenha havido uma melhoria ao final de três meses, deve manter-se o tratamento por um período adicional, ponderando-se o eventual aumento da dose."
Assim, e tendo em conta os dados publicados sobre esta matéria, Josep L. Ballescà concluiu que "os antioxidantes podem ser uma alternativa viável para casais com infertilidade por fator masculino, tanto por alterações da quantidade como da qualidade espermática".
Texto original publicado na revista Women's Medicine, N.º 2, julho 2013
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