quinta-feira, 17 de julho de 2014

Exercício físico – quando e como?

Exercício físico – quando e como?

O exercício físico é um dos componentes fundamentais na gestão da diabetes. Em ambos os tipos de diabetes, o exercício pode melhorar a sensibilidade à insulina e a utilização da glicose, diminuindo assim os níveis de glicose sanguínea. Adicionalmente, o exercício tem uma contribuição concomitante na redução de diversos fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Contudo, apesar dos elevados benefícios do exercício para os pacientes com diabetes, existem algumas potenciais complicações, particularmente a hipoglicemia, do
s quais quer o paciente, quer quem o acompanha devem estar perfeitamente conscientes.



O exercício apresenta o mesmo efeito na glicose sanguínea que a insulina; reduz a glicose sanguínea, tornando o paciente mais sensível à insulina.

Assim, antes de iniciar um programa de exercícios, o paciente deve consultar o seu médico para efetuar uma avaliação do seu controlo glicémico, e monitorizar qualquer complicação de saúde que possa ser agravada pelo exercício.

Quando inicia o programa, e após uma avaliação inicial, o paciente deve fazer um registo dos seus valores de glicose antes, durante e após o exercício, permitindo desta forma evitar eventuais situações de hipoglicemia. Fazer um registo destes dados permite ao médico de família ajustar a medicação e ao profissional do exercício adaptar a intensidade, tipo e duração do mesmo.

Com valores de glicose inferiores a 70 mg/dl, o exercício deve ser evitado, devido ao risco de hipoglicemia. Não deverá igualmente exercitar-se se os valores forem superiores a 300 mg/dl ou 240 mg/dl com produção de corpos cetónicos.

Para evitar descidas inesperadas de glicose durante o exercício, o paciente deve sempre fazer-se acompanhar (de alguém) com um suplemento de hidratos de carbono, tais como 15 gramas de comprimidos de glicose ou pacotes de açúcar, uma pequena caixa com uvas passas, pacote de sumo, etc.; evitando desta forma uma situação de hipoglicemia. Deverá verificar novamente após cerca de 15 minutos os valores de glicose e se inferiores a 70mg/dl, repetir o processo.

Se o exercício se mantiver por períodos superiores a 30 minutos ou for mais intenso, deverá sempre ingerir uma porção de hidratos de carbono após 20-30 minutos, com uma precaução adicional após este programa de exercício devido à possibilidade de descida contínua de glicose após o mesmo; particular atenção quando for efetuado à noite ou final do dia, pois a hipoglicemia pode ocorrer durante o sono.

O programa de exercício deverá ser gradual, iniciando a cerca de 20 minutos, constituído por 5 minutos de aquecimento inicial, 10 minutos de caminhada (ou bicicleta, ou hidroginástica) e 5 minutos para retorno à calma. Posteriormente o objetivo será alcançar os 30-40 minutos, mantendo a parte inicial e final do programa.

A intensidade deverá ser moderada, inicialmente a 40%-50% do VO2 reserva ou FCreserva, ou seja, permitindo um aumento da transpiração e da frequência cardíaca, contudo permitindo a manutenção da conversa (não cantar!) com um parceiro. Quando a conversação não é possível, sendo necessária uma pausa para manter esse diálogo, a intensidade do exercício já será mais intensa.

As recomendações mais recentes sugerem 30 minutos de exercício moderado em 5 dias da semana, ou 3x20 minutos se for mais intenso. Exercícios de flexibilidade (em cada uma das sessões) e de resistência muscular são também sugeridos. Estes últimos devem ser efetuados 2-3 vezes por semana, com 8-10 exercícios, com cargas que permitam efetuar de 10-15 repetições por exercício.

Estabelecer objetivos iniciais que sejam realistas facilita o processo de iniciação ao exercício. O uso de monitores de atividade física é um excelente coadjuvante na manutenção de um programa de exercício.


Por José Carlos Ribeiro, Centro de Investigação em Atividade Física Saúde e Lazer (CIAFEL), Faculdade de Desporto - Universidade do Porto


Artigo original publicado no Jornal do Congresso das 6as Jornadas Nortenhas de Diabetologia Prática em Medicina Familiar

Bronzeado bonito e seguro

Bronzeado bonito e seguro

artigo Fotolia 46305976 Subscription Monthly XXL e8100Mal chega o tempo quente, começamos a ter vontade de esquecer o tempo frio e chuvoso dos últimos meses e correr até à praia. 

Todos gostam de ver a sua pele mais dourada, com um ar saudável, e começa, então, a "operação bronzeado".


Mas é preciso ter bem presente que a exposição solar em excesso é prejudicial e pode causar escaldões, que podem provocar inflamação da pele, desconforto, intolerância ao sol, alergias. 

E um escaldão ou uma queimadura solar são dos principais fatores de risco para o aparecimento do cancro de pele.


Além da exposição direta ao sol, também a luz refletida na areia e na água pode ser suficiente para provocar um escaldão. E mesmo em dias mais frescos ou nublados, os raios ultravioleta podem provocar lesões na pele. Não há, por isso, desculpa para descuidos.


Em caso de escaldão, o que fazer?


Se começar a sentir muito calor e notar a pele mais vermelha, saia logo do sol. Evite idas à praia nos dias seguintes para não agravar a queimadura.


No seguimento de um escaldão, a hidratação é muito importante, para permitir a regeneração da camada lipídica da pele. Coloque um bom creme ou gel hidratante nas zonas afetadas, várias vezes por dia. Existem mesmo produtos para combater a inflamação da pele que proporcionam um alívio imediato pela ação do frio.


Prevenir é o melhor remédio


Para aproveitar o que de bom o sol traz (promove a síntese de vitamina D, de melatonina e de melanina, melhora os quadros de acne, é um bom antídoto contra a ansiedade e depressão), mas evitar potenciais danos na sua pele, há alguns cuidados que deve ter em conta:


›› Evite exposições prolongadas ao sol. Vá expondo o corpo aos raios solares de forma gradual, para ir ganhando um bronzeado bonito e de forma segura

›› Ponha sempre protetor solar na cara e corpo, de preferência antes da exposição solar (pode fazê-lo em casa, antes de ir para a praia). Repita várias vezes durante o dia

›› Evite as horas mais perigosas, em que a radiação é mais direta e intensa (entre as 12h00 e as 16h00, sensivelmente)

›› Não adormeça ao sol

›› Use chapéu


Texto original publicado na revista cuidar.pt, junho 2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Linha Cancro da Mama com balanço positivo

Linha Cancro da Mama 


com balanço positivo

artigo Fotolia 58747786 Subscription Monthly M 36a79A afluência de chamadas da Linha Cancro da Mama da União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC) tem aumentado de mês para mês. Com um ano de existência, é um serviço de apoio ao cancro da mama, para doentes e familiares, que já ajudou perto de mil pessoas. 

Mulheres recentemente diagnosticadas são as que mais procuram este serviço.

Através da Linha Cancro da Mama – 21 243 05 04 – as pessoas têm acesso a informação essencial sobre o cancro da mama e a partilha da experiência pessoal de uma doente sobre a doença. É uma linha gratuita e diariamente aberta a toda a população, entre as 08h00 e as 22h00.


Em comunicado, Raquelinda Magalhães, voluntária da UHDC, diz que não se surpreende pelo sucesso deste serviço. Nas suas palavras, "a crescente procura registada é facilmente justificável. 

Estamos a falar de um serviço que dá resposta a uma necessidade que existia em Portugal a nível de apoio telefónico direcionado aos familiares e doentes com cancro da mama".

Ainda em comunicado a voluntária da UHDC disse que "é interessante notar que, após um ano de funcionamento da Linha, verificámos que existe uma continuidade na procura de apoio após a primeira chamada. 

Saber que a UHDC é um ponto de referência para as dúvidas das pessoas e que contribuímos para que o doente olhe o cancro de frente, coloca-nos um sorriso neste primeiro aniversário da Linha Cancro da Mama".

O cancro da mama é um dos tipos de cancro mais comum entre as mulheres e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. 

Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama e 1500 mulheres morrem com esta doença.

Para mais informações www.doentescomcancro.org

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Quando a cera está a mais

Quando a cera está a mais

Quando a cera está a maisÉ muito comum não pensarmos na higiene dos nossos ouvidos, até sentirmos um zumbido ou termos ter a sensação de ter o ouvido tapado e isso interferir com a nossa audição. 

Limpar os ouvidos tem tanta importância como lavar com regularidade as partes do nosso corpo que estão mais expostas ao meio ambiente. 
Como em tudo na vida, existem pessoas que limpam em excesso e outras que não o fazem de todo. Tal como pode fazer mal não efetuar essa limpeza, também é prejudicial quando há limpeza excessiva. 

As queixas mais frequentes e o grande motivo para as pessoas limparem o canal auditivo é a presença de cera na entrada do ouvido.

A cera atua como uma camada de proteção para impedir que as bactérias entrem para o ouvido interno e criem infeções. 

É produzida por glândulas especiais que existem na parte externa do ouvido. 
Serve para cobrir a camada de pele que é frágil e atua também como um escudo de proteção para impedir a entrada de água que pode conter bactérias e microorganismos nocivos. Protege também de poeiras e partículas de areia, impedindo o aparecimento de infeções do tímpano.

Normalmente, pouca ou nenhuma cera é sinal de que algo não está a funcionar a cem por cento. E cera em excesso, para além de lhe provocar comichão ou surdez parcial, pode causar um zumbido, gerando desconforto. 


A limpeza do ouvido deve ser feita apenas na parte externa do ouvido, não se recomendando o uso de cotonete ou outras ferramentas que podem empurrar a cera e criar uma camada prejudicial à volta do tímpano.

O ritual de limpeza mais seguro e mais simples de fazer para cuidar da higiene do seu ouvido é limpar com uma toalha a seguir ao banho, que é quando a cera do seu ouvido está amolecida.

Quando sente os ouvidos tapados durante algum tempo, a grande maioria das pessoas recorre à ajuda de um otorrinolaringologista para que seja retirada a cera que está a provocar esse mal-estar. 

No entanto, esta limpeza, feita por um especialista, deve ser realizada em situações extremas. Por alguma razão a cera é produzida pelo próprio ouvido e permanece lá, fazendo a própria orelha, por vezes, a expulsão da cera em excesso. 
Quando a limpeza é feita em excesso, pode levar a que a pele da orelha, sendo muito sensível, comece a descamar e a consequente pele seca pode conduzir a uma comichão intensa. 
Estes sintomas, causa das pequenas quantidades ou até mesmo ausência de cera, torna o organismo propício a otites externas, muito comuns no verão, devido à entrada de água do mar ou das piscinas.

Se sente que tem muita cera no ouvido, que lhe está a tapar e a provocar zumbidos ou que o deixa desconfortável, existem vários produtos no mercado como gotas, sprays e cones que o podem aliviar nesse sentido. 


Informe- se junto do seu farmacêutico sobre o melhor método para si, uma vez que o ouvido é uma parte do nosso corpo, fundamental para o nosso bem-estar.
Texto original publicado em revista Farmácia Saúde, junho 2014

Doença renal: Aprenda a identificar os sintomas

Doença renal: 


Aprenda a identificar os sintomas

Doença renal: Aprenda a identificar os sintomasA doença renal crónica pode afetar as pessoas sem apresentar sintomas durante muito tempo. 

A Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) alerta para a necessidade de detetar a doença precocemente, uma atitude que pode ser decisiva para a recuperação.

O facto da doença renal ser muitas vezes assintomática, faz com que o doente acabe por recorrer ao médico tardiamente, o que torna o processo de recuperação mais lento e, em alguns casos, até impossível. 

De acordo com Fernando Nolasco, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia: "É importante consciencializar as pessoas para a doença renal crónica e salientar que o tratamento na fase inicial pode ajudar a evitar que a mesma progrida".

A fraqueza, o cansaço, a perda de apetite e vómitos matinais, edema (inchaço) das pernas e pálpebras são alguns dos sintomas que podem estar associados à doença renal. 
Cefaleias e a descoberta de hipertensão arterial, assim como, a alteração do aspeto, cor e quantidade da urina – pode tornar-se mais turva e escura, são manifestações de doença que implicam a consulta do médico de família. 
As pessoas com histórico de doença renal na família também devem estar mais alerta.

"Quando a doença é detetada atempadamente, pode ser total ou parcialmente revertida podendo ser evitados tratamentos mais complexos, como é o caso da hemodiálise, ou até mesmo o transplante de rim", refere em comunicado Fernanda Carvalho, nefrologista e vice-presidente da SPN.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem atualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.