Boa relação
entre avós e netos
traz benefícios mentais
A existência de uma boa relação entre netos adultos e avós diminui a possibilidade de estes virem a ter depressão, indica um estudo de longo termo.
O estudo conduzido pelo Boston College, nos EUA, e baseado em dados recolhidos de sondagens realizadas a famílias norte-americanas, analisou famílias ao longo de três ou quatro gerações entre 1985 e 2004. Foram estudados 376 avós, nascidos em média em 1917 e com 77 anos a meio do estudo (em 1994), e 340 netos, nascidos em média em 1963 e perfazendo 31 anos a meio do mesmo estudo.
Os resultados revelaram que de uma forma geral uma relação emocional próxima entre os avós e os netos promovia menos sintomas de depressão para ambas as gerações, sendo que quanto mais apoio mútuo ofereciam, melhor era a sua saúde em termos psicológicos.
Foi também observado que os avós que conseguiam dar e receber apoio tangível demonstravam ter menos sintomas depressivos ao longo do tempo. O conceito de apoio tangível pode ser entendido como idas a lojas, ajuda monetária e suporte com tarefas domésticas.
Todavia, nos casos em que os avós recebiam apoio tangível mas não conseguiam retribuir, verificaram-se mais sintomas de depressão.
Sara Moorman, professora assistente do Institute of Aging at Boston College, EUA, considera que os resultados deste estudo demonstram que o encorajamento deste tipo de interação entre os avós e os netos adultos pode ser uma forma eficaz de reduzir a depressão em adultos mais velhos. “Os familiares, tal como avós e netos, desempenham papéis muito importantes nas vidas uns dos outros durante a idade adulta”, comenta.
Os autores consideram igualmente que este estudo indica que se ajudarmos as pessoas mais velhas a manterem-se independentes podemos estar a ajudar no seu bem-estar psicológico. “A maioria de nós fomos educados para acreditarmos que a forma de mostrarmos respeito pelos familiares mais velhos da família é sendo solícito e atendendo a todas as suas necessidades”, afirma Sara Moorman.
“No entanto, todas as pessoas beneficiam em sentirem que fazem falta, que têm valor e que são independentes”, conclui.
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