terça-feira, 28 de maio de 2013

Esclerose múltipla:

Esclerose múltipla:

 

testemunho de João Alves

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Calma e ignorância. Foi com esta mistura de sentimentos que João Alves recebeu a notícia que tinha esclerose múltipla.
 Com 25 anos, nunca tinha ouvido falar da doença, mas explicaram-lhe de que se tratava e deram-lhe um prazo de 10 anos até ser atirado para uma cadeira de rodas. Não esconde ter ficado com receio.



"A notícia foi dada pelo neurologista Dr. Bandeira e Costa em março de 2001. Antes disso, percorri vários hospitais, públicos e privados, e ninguém sabia qual a origem dos sintomas", recorda João, que após o diagnóstico apenas pensava em como tratar do problema.
 "Nunca tinha ficado doente. 
Em criança nunca tive as doenças que os outros miúdos tinham. 
Não me constipo, não tenho gripe, tenho um sistema imunitário muito forte", refere este consultant manager numa empresa multinacional no ramo do ensino, cujo objetivo continua o mesmo: tratar do problema.

Aprofundou conhecimentos durante cerca de dois anos. "Devorei a literatura portuguesa e internacional, para médicos e para doentes: estudos, relatos, previsões, estatísticas", conta João atualmente com 37 anos.
 "Cheguei à conclusão que a comunidade médica não sabe a causa, o porquê, quais os fatores, o que contribui para que um paciente tenha esclerose múltipla. Por esta razão decidi não me preocupar muito mais e viver o dia a dia como qualquer outra pessoa", completa.

"Se a comunidade científica não sabe, quem sou eu, homem de números, para descobrir algo mais? Deixo o estudo aos muitos profissionais do ramo das doenças neurológicas, confio no seu bom senso e estudos", acrescenta João que assume viver todos os momentos como se fossem os últimos, com qualidade de vida. 
Sublinha ainda que quer fazer a diferença aproveitando o que a vida tem de bom com a família, amigos, colegas de trabalho.

Até à data não tem limitações. Para além de fazer a medicação regular, cumpre diversas regras que o neurologista aconselhou. Por exemplo, evita fazer sauna, banho turco e ir à praia no período de maior calor.
 "Tenho mulher, duas filhas que amo, nascidas já após ter sido feito o diagnóstico. Trabalho arduamente, faço desporto todos os dias, Tenho alegrias, tristezas. Comecei a fazer férias, coisa que até então não fazia.
 Dediquei-me a trabalhar só para uma empresa, até então trabalhava em várias empresas", diz João Alves, que reside em Cascais.

No que respeita ao desporto, é uma paixão. Pratica atletismo e participa nas meias maratonas que decorrem ao longo do ano em diversos pontos do país. A 8ª meia maratona do Douro Vinhateiro foi uma das últimas provas em que participou. "Treino quase todos os dias do ano, faça chuva ou sol, seja na rua seja no ginásio. 
Tenho a certeza absoluta que o meu estado físico deve-se à prática contínua do desporto. 
É verdade que por vezes sinto-me menos apto, com menos vontade ou motivação, como qualquer outra pessoa, mas por convicção nunca desisto. 
Sou teimoso, persistente, convicto que ter um corpo são é ter também uma mente sã", remata.



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