terça-feira, 1 de outubro de 2013

“Recessão económica e depressão no trabalho”

“Recessão económica 


e depressão no trabalho”


As empresas devem criar um bom ambiente de trabalho para diminuir os casos de depressão dos trabalhadores e isso passa pela “sensibilização dos empregadores”, defendeu a presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
“A depressão no local de trabalho é um assunto que temos falado pouco”, mas é um problema com “um impacto muito grande” nos trabalhadores e empresários, disse Luísa Figueira à agência Lusa a propósito do encontro ‘Recessão económica e depressão no trabalho’, que decorre hoje, em Lisboa, e visa antecipar o Dia Europeu da Depressão.
“Dizemos que as condições negativas de trabalho, o desemprego e a crise económica provocam depressão, mas depois falamos pouco de como é que o local de trabalho se pode organizar para ajudar e criar um ambiente saudável para que as pessoas com depressão se recuperem mais rapidamente”, disse.
De acordo com dados de um inquérito realizado em 2012 pela Aliança Europeia de Depressão, e que envolveu cerca de 7.000 trabalhadores e empresários, a psiquiatra avançou que um em cada dez trabalhadores fica de baixa por depressão.
Por cada episódio de depressão, o trabalhador perde, em média, 36 dias de trabalho, o que equivale, no total dos doentes, a 21.000 dias de trabalho perdidos por ano, refere o estudo.
Um terço dos empregadores disse não ter recursos para lidar com os trabalhadores com depressão, o problema de saúde mental mais predominante na idade ativa.
Esta doença tem um grande impacto no local de trabalho levando a custos indiretos significativos, como a diminuição da produtividade, devido a baixas médicas e pedidos de reformas antecipadas.
Neste sentido, Luísa Figueira salientou a importância de um bom ambiente de trabalho para diminuir os casos de “pessoas que se deprimem porque as condições no trabalho não são saudáveis”.
A forma como se receciona uma pessoa que regressa ao trabalho após um episódio de depressão é também um fator importante. O que acontece é que, “muitas vezes, é estigmatizada, marginalizada e não é bem integrada”, lamentou.
“Tem de começar a criar-se alianças com os empresários no sentido de os sensibilizar para este problema”, mas também realizar campanhas de sensibilização, defendeu.

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