A gravidez na adolescência
- 15-10-2013
A promoção da saúde e a prevenção da doença são ferramentas essenciais nos cuidados de saúde primários, na qual as UCC (Unidades de Cuidados na Comunidade) têm um papel preponderante.
As políticas de saúde têm investido muito pouco nestas duas vertentes, apostando antes no tratamento e na reabilitação.
As consequências destas políticas, aliadas ao contexto económico da atualidade, têm sido o aumento da prevalência de algumas doenças e o aumento de situações problemáticas, entre elas, a gravidez na adolescência, acompanhada de perturbações psicológicas.
Gravidez na adolescência define-se, segundo a OMS, como a gestação que ocorre entre os 10 e os 19 anos de idade e tem preocupado profissionais de saúde do mundo inteiro, especialmente pelas implicações biológicas e psicossociais para a mãe adolescente e para o seu filho.
Há que investir nos nossos jovens, dando atenção redobrada aos provenientes de meios desfavorecidos, famílias não nucleares, com insucesso escolar, com hábitos de dependência, idade menor da menarca, ausência de contraceção, irregularidade menstrual e jovens com excesso de peso.
Promovendo uma adolescência saudável repleta de relações afetivas saudáveis, envoltas em amizade, respeito, autoestima e carinho.
Temos que chegar até eles nas consultas de saúde infantil, nas escolas (no atendimento individual dos adolescentes, nas sessões e nos debates em grupo) e nos bairros de risco, através da formação de pares.
É necessário dar primordial atenção às jovens.
O acompanhamento destas adolescentes e dos seus filhos provoca o desgaste das famílias de suporte, aumentando os gastos na saúde, no seu acompanhamento.
Há que investir no suporte às estruturas
familiares, nomeadamente as novas tipologias
familiares, ajudando os pais a compreender as
necessidades dos seus filhos, reforçando o
diálogo entre os mesmos.
Perante uma adolescente grávida e a sua
família, há que lhe proporcionar um
acompanhamento multidisciplinar, com o
objetivo de minimizar possíveis consequências
negativas.
Susana Santos, enfermeira especialista em Saúde Infantil e Pediatria, Unidade de Cuidados na Comunidade Seixal
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