Adultos de meia-idade com depressão de longo prazo têm um risco significativamente maior de ter um acidente vascular cerebral, de acordo com um estudo dos EUA, publicado na revista "Journal of the American Heart Association". Mas combater os sintomas com terapia não reduz imediatamente o risco.
Para esse estudo, pesquisadores de Harvard usaram dados de 16.178 participantes (com 50 anos de idade ou mais) que tinham sido entrevistados quanto a sintomas depressivos, histórico de acidente vascular cerebral e fatores de risco de acidente vascular cerebral a cada dois anos de 1998 a 2010. O estudo documentou 1.192 acidentes vasculares cerebrais ao longo de 12 anos.
A equipe descobriu que as pessoas com sintomas altamente depressivos em duas entrevistas consecutivas tinham uma probabilidade duas vezes maior de ter o primeiro acidente vascular cerebral. Pessoas com sintomas depressivos na primeira entrevista, mas não na segunda, tinham um risco 66% mais elevado de ter um acidente vascular cerebral. No entanto, o surgimento recente da depressão não foi associado a maior risco de acidente vascular cerebral.
"Ficamos surpresos de que as alterações nos sintomas depressivos pareciam levar mais de dois anos para evitar ou aumentar o risco de um acidente vascular cerebral," disse a autora principal Paola Gilsanz.
Uma pesquisa anterior mostrou que a depressão está associada a um maior risco de pressão alta, anormalidades do sistema nervoso autônomo e aumento nas respostas inflamatórias. A depressão pode desencadear problemas vasculares subjacentes, incluindo infecção ou fibrilação atrial, concluiu a equipe. Contudo, são necessários outros estudos que investiguem essas conexões.