segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Disfunção sexual:

Disfunção sexual:


Tratamento depende da causa do problema

Disfunção sexual: Tratamento depende da causa do problemaInúmeros fatores podem levar à disfunção sexual masculina, nomeadamente à disfunção erétil (DE) e à ejaculação precoce (EP). 
Em muitos casos, observa-se até uma associação de fatores.

Segundo António Romão, urologista do CHLN/Hospital de Santa Maria, a DE pode ser de causa vasculogénica, neurogénica, anatómica ou estrutural, hormonal, induzida por fármacos, ou psicogénica. Por seu lado, a EP pode ter causas biológicas e psicogénicas.

O urologista menciona que são várias as opções terapêuticas atualmente disponíveis para estas patologias. 
No que respeita à DE, "devem identificar-se as causas subjacentes, bem como etiologias passíveis de cura da DE, acompanhadas de modificação de eventuais fatores de risco e alteração do estilo de vida".

Concomitantemente, acrescenta, "deve proceder-se à educação e aconselhamento quer do doente, quer da parceira".
Desenvolve ainda que devem ser identificadas as necessidades e expetativas do doente e a opção terapêutica deverá ser partilhada, eventualmente em contexto de consulta multidisciplinar.

Atualmente, estão disponíveis diversas terapêuticas de primeira linha na DE, nomeadamente farmacológicas – inibidores da 5 fosfodiesterase, como sejam o sildenafil, tadalafil e vardenafil – e a bomba de vácuo. 
Como terapêutica de segunda linha, utiliza-se o alprostadilo, em injeção intracavernosa ou na formulação de administração intra-uretral. 
A implantação cirúrgica de prótese peniana é uma terapêutica de terceira linha.

Na EP, antes de iniciar o tratamento, "é mandatório discutir com o doente/casal as suas expetativas e resultados esperados", alerta, desenvolvendo que deve proceder-se ao tratamento específico de eventuais causas secundárias de EP, como sejam os problemas emocionais, prostatites ou patologia da glândula tiroideia. 
De igual modo, a DE, caso coexista, deve ser tratada antes ou em simultâneo.

A terapêutica psicológica/comportamental requer tempo, uma relação estável e cooperação da parceira, sendo os resultados a longo prazo pouco animadores. 
"Apesar de serem referidas taxas de sucesso de 50 a 60 % a curto prazo, não há estudos prospetivos que suportem estes dados", adianta.
António Romão refere que as duas técnicas mais comuns são o "pára-arranca", descrita por Semans em 1956 e a técnica de compressão da glande (Squezze, Masters e Johnson, 1970). A masturbação prévia e a "distração mental" também são, por vezes, utilizadas.

Na EP, a terapêutica farmacológica consiste na aplicação de anestésicos tópicos locais (agentes retardantes/dessensibilizantes), como a lidocaína ou a prilocaína ou na terapêutica com inibidores da recaptação da serotonina (SSRI), como a paroxetina ou a sertralina, fluoxetina ou clomipramina. 
"A dapoxetina é um SSRI específico para o tratamento da EP, devendo ser tomado 'on demand', isto é, 1 a 3 horas antes da relação sexual", afirma.

Texto original publicado no Jornal Médico, dezembro 2013