Contraceção na adolescência
- 19-11-2013
A proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis é outra das preocupações.
"O método de eleição para prevenir infeções sexualmente transmissíveis é, sem dúvida, o preservativo", referiu Helena Leite, salientando que o mesmo deve estar acessível e disponível aos adolescentes.
O menor impacto na saúde da jovem é outro aspeto a ter em conta. Contudo, apontou, "na adolescência esse risco é menor, pois, as adolescentes são maioritariamente saudáveis".
A especialista disse ainda que o método contracetivo não deve interferir com a autoimagem. De acordo com Helena Leite, é importante a desmistificação de problemas atribuídos à utilização da contraceção hormonal, nomeadamente o seu efeito no agravamento da acne e o aumento de peso.
"Os benefícios não contracetivos da contraceção hormonal, como a preservação da fertilidade, o controlo do ciclo e o tratamento da dismenorreia e da acne são outros dos aspetos a ter em consideração na prescrição de contraceção", disse.
Sobre a possibilidade de haver riscos da contraceção hormonal no desenvolvimento pubertário, a palestrante adiantou que a contraceção hormonal não interfere com a maturação do eixo hipotálamo-hipofisário.
Sabe-se que as pílulas de baixa dosagem em idades precoces podem interferir no pico de massa óssea, devendo, portanto, ser evitadas.
Quanto ao risco de tromboembolismo, Helena Leite referiu que os estroprogestativos estão relacionados com um aumento do risco, "ainda que discreto", sendo o mesmo dependente da dose de etinilestradiol, assim como do tipo de progestativo.
As adolescentes com obesidade, com diabetes não complicada, bem como as fumadoras, podem utilizar a contraceção hormonal, devendo, nesses casos, optar-se por uma pílula de baixa-dosagem.
Texto original publicado na Women's Medicine, N.º 3, outubro 2013